“A narrativa romanceada de Octávio Pessôa é uma gostosa memória de vida e morte do hidroavião Catalina na Amazônia. Mais uma vez a Amazônia canibaliza as modernidades: ‘o avião que pousava nas águas foi apelidado de ‘Pata-Choca’’. A interação da humanidade amazônica com a ‘novidade’ gera uma imagem ‘roseana’: asas do rio. Um rio ‘alado’, que tinha sido ‘rua’ (Ruy Barata), comandado ‘a vida’ (Leandro Tocantins), sido ‘ditador’ (Giovanni Gallo), agora cria asas e voa como uma pata-choca.
Temos ainda o evento cotidiano da chegada do Catalina que sempre mobilizava as pequenas cidades amazônicas. Presença providente que trazia notícias e remédios, tragédias e sobreviventes.
Mas a fúria privatizante quis substituir o Catalina pelo ônibus/caminhão, o que os ribeirinhos cansaram de esperar...
Linguagem atraente e direta faz surgir um novo e promissor romancista da Amazônia.”
Romero Ximenes Ponte - Antropólogo, professor
(...) O livro poderia ser um filme. Assim eu o pressinto em meu ato particular de releitura. Ao abrir as primeiras páginas mais uma vez e encontrar o menino Victor às margens de uma carta, às margens do Amazonas, ao transportar a si mesmo nas memórias de cada amerissagem e decolagem do seu avião Catalina, uma leitura fílmica se instaura. Em um campo (in)explicável ao meu exercício de leitor, o livro se reinventa, as páginas se tornam aquíferas, travellings de chão e céu, memórias e pertencimentos de uma gente e de seus pássaros de aço reacendem o nosso olhar. Bom voo”.
Trecho do prefácio escrito pelo poeta Daniel da Rocha Leite
Octávio Pessôa é natural de Parintins, Amazonas. Jornalista e advogado pela Universidade Federal do Pará, membro vitalício da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará e da Academia Paraense de Jornalismo. Iniciou-se nas lides literárias com seu livro de crônicas Causos Amazônicos, atualmente na segunda edição. Neste Asas de um Rio - A saga dos Catalinas na Amazônia, Octávio Pessôa mergulha no universo da ficção aliando ao romance um documentário ou grande reportagem, que preenche uma lacuna no rol dos ícones da Amazônia ainda carentes de registro na Literatura.